Os Yoga-Sûtra de Patanjali são o texto fulcral da escola (darshana) de filosofia Indiana ortodoxa chamada Yoga. Pouco se sabe sobre Patanjali, o que tem gerado alguma controvérsia acerca da data em que os Yoga-Sûtra vieram a ser compilados. Contudo, Patanjali é considerado como o compilador ou sistematizador da tradição de yoga, dando-lhe assim a sua forma clássica que hoje conhecemos em todo o mundo. Sendo uma disciplina espiritual, o Yoga visa o controlo das actividades psicofísicas para realizarmos a nossa verdadeira natureza e conseguir o objectivo de libertação ou moksha. Os Yoga-Sûtra definem quais são essas técnicas através dos seus aforismos concisos.
No seu livro, A Tradição do Yoga, Georg Feuerstein descreve os Yoga–Sûtra como sendo “uma composição de afirmações aforísticas que, juntas, dão ao leitor como que um “fio” com que amarrar todas as ideias importantes que caracterizam aquela escola de pensamento. O sûtra, portanto, é um auxiliar da memória, parecido com o nó que se dá num lenço ou os garranchos que se apõem ao diário ou à caderneta de anotações.“[1] O leitor deveria reflectir sobre cada sûtra e o seu sentido. Consoante a sua experiência, pouco a pouco, o propósito das palavras ser-lhe-á revelado para em seguida ser possível aplicá-lo na sua vida yoguica.
Os Yoga-Sûtra estão dividos em quatro capítulos, ou livros, chamados pâda, com um total de 196 aforismos:
I. samâdhi-pâda, com 51 aforismos, é o capítulo sobre o êxtase yoguico
II. sâdhana-pâda, com 55 aforismos, é o capitulo sobre a via de yoga
II. vibhûti-pâda, com 55 aforismos, é o capítulo sobre os poderes
IV. kaivalya-pâda, com 34 aforismos, é o capítulo sobre a libertação
[1] FEUERSTEIN, Georg; A Tradição do Yoga; São Paulo, Editora Pensamento-Cultrix Ltda, 1998; p. 273